BDSM X Cena Spanko

Como já falado, o fetiche por palmadas disciplinares está inserido dentro de um contexto de disciplina doméstica e, portanto, temos um cenário que integra o famigerado BDSM. Mas por qual razão um "spanko" é tão diferente de um praticante mais comum do BDSM?

Para começar, precisamos entender que é BDSM. Trata-se de uma sigla formada pelas palavras BONDAGE (restrição) - DOMINAÇÃO - SUBMISSÃO - SADISMO - MASOQUISMO. O BDSM geral é formado por pessoas com fetiches relacionados aos termos acima, e sim, nós spankos estamos incluídos nisso.

Temos o bondage reunindo pessoas que gostam de restringir ou terem restringidos os seus movimentos, sendo mais comum pessoas terem atração por amarrar e serem amarradas, e, a partir daí, temos uma infinidade de cenários, técnicas e possibilidades. Há os bondagistas que gostam de usar técnicas comuns de corda, outros que são shibaristas e usam de uma arte específica oriental de amarração, há os que usam outras formas de restrição que não usam as cordas.

Dominação consiste no ato de dominar outrem, isso é, submete-lo à sua vontade por diversos meios e dinâmicas. Obviamente, isso se dá num jogo consensual, com ambas as partes interessadas nesse tipo de dinâmica. 

Muitos dizem que o D da sigla BDSM também traz a palavra DISCIPLINA embutida, e não apenas dominação - e eu sou adepta da inclusão da disciplina aqui como dinâmica de poder incluída na sigla e nas formas de se vivenciar o BDSM e eu, particularmente, vislumbro uma grande conexão do spanking como eu aqui aqui. 

Já a submissão consiste no ato de se submeter às vontades e anseios de outrem.

O sadismo seria o prazer com a dor alheia e o masoquismo o prazer na própria dor, novamente, sempre em dinâmicas consensuais entre adultos.

As pessoas que ficam numa posição mais ativa no sentido de dominar/ bater/ comandar são os chamados TOPS. As pessoas que querem ficar na posição passiva, no sentido de serem quem servem / apanham / obedecem são os BOTTOMS.

Tendo eu aqui agora escrito essa breve explicação acima, me peguei com vontade de rir do meu próprio texto por estar estarrecida com a simplicidade que dei a termos e temas de tamanha complexidade e extensão. A verdade é que poderíamos escrever tratados sobre cada um desses assuntos sem sequer sonhar com o esgotamento deles.

Mas, para fins práticos, tendo em vista que esse blog não é sobre bondage, nem sobre dinâmicas mais comuns do BDSM, a explicação acima terá que bastar ao menos como introdução para fins comparativos.

O que um dominador quer? Ele quer a subserviência de seu submisso e este, por sua vez, quer servi-lo. O que um sádico quer? Ele quer jogos físicos e mentais que inflijam dor e a masoquista quer o jogo em que sentirá dor. (novamente aqui, uso de licença poética para simplificar a questão ao máximo).

E então, aqui, vamos trazer umas palavrinhas novas para vocês. 

SPANKER: é o top da relação spanko, é ele quem aplicará as palmadas/punição/disciplina.

SPANKEE: é o bottom da relação spanko, é quem receberá as palmadas/punição/disciplina.

Ok Vivi, então você está dizendo que o spankee apanha e o spanker bate, não vi grande diferença na relação D/s ou SM que você descreveu acima.

Pois bem, vamos lá... Em primeiro lugar, a dinâmica de poder aqui é diferente. É difícil generalizar porque, mesmo dentro do fetiche spanko há muitas diferenças, mas vamos pegar o mais comum - a disciplina doméstica (que, repito, não é único, mas aparentemente o mais comum e definitivamente o meu fetiche).

É comum um dominador/sádico bater numa submissa/masoquista só porque quer ou porque pode - isso faz parte da dinâmica deles. Um spanker, normalmente, tem um senso de cuidado educacional, sendo que as palmadas viriam aqui como uma CORREÇÃO, uma PUNIÇÃO, um CASTIGO.

E essa punição é consequência de um COMPORTAMENTO INADEQUADO do spankee. 

Está comigo? Tem certeza? Então vamos seguir. 

A cena ideal para os envolvidos é disciplinar... Muitas vezes a forma de agir do spanker é muito mais ligada a uma postura "eu odeio ter que fazer isso com você, mas você não me dá outra alternativa". O spankee também tentará fugir de seu castigo de todas as maneiras, por "não querer apanhar".

E a partir desse cenário pode-se imaginar as infinitas possibilidades e a diversão que esse jogo pode proporcionar para adultos. 

Então, imagine um spankee que sempre sonhou em apanhar no colo na cama ou numa cadeira, numa biblioteca, numa sala de aula, de repente chegando num clube BDSM com masmorras, jaulas, gaiolas, muito couro vermelho e preto... Simplesmente é assustador, não tem nada a ver com o fetiche primário. Essa é outra grande diferença.

Como eu já contei um pouquinho de mim, me achei na cena BDSM por falta de opção de uma cena spanko... Mas eu sempre senti que nunca encontrei exatamente o que eu procurava de verdade - obviamente eu já encontrei e sigo encontrando :)

Mas isso é assunto de outras postagens. Beijos para cada spanko que chegou aqui e não deixe de comentar ou me mandar mensagem - eu quero conhecer vocês!